Nano Banana (Gemini) vs Sora (OpenAI) vs Veo 3 (Google): qual é melhor?
- Pedro dos Santos
- 13 de set.
- 6 min de leitura

Introdução
As ferramentas generativas de 2024–2025, como o Nano Banana, apelido para o motor de edição de imagens do Gemini (Gemini 2.5 Flash Image), o gerador de vídeo Sora(OpenAI) e o Veo 3 (DeepMind / Google), popularizaram a criação rápida de imagens e vídeos realistas. Este artigo compara capacidades, limitações e riscos regulatórios (especialmente à luz da Lei Europeia de IA e do enquadramento jurídico brasileiro), explica como usar cada ferramenta em linhas gerais e mostra por que essas IAs são mais que “brincadeira viral”: são ferramentas práticas para campanhas de marketing se usadas com responsabilidade.
1. O que são e para que servem (visão rápida)
Nano Banana / Gemini 2.5 Flash Image (Google): modelo de geração e edição de imagens focado em edição iterativa, fusão de múltiplas imagens e preservação de coerência entre edições. Inclui mecanismos de identificação (watermark visível e SynthID invisível) para sinalizar conteúdo gerado/alterado por IA. Ideal para criar ou retocar imagens estáticas de produto, retratos e assets publicitários.
Sora (OpenAI): modelo text-to-video multimodal que gera vídeos a partir de texto e referências; orientado a clipes curtos e coerentes com o prompt, útil para criar conteúdo animado para redes sociais ou prototipagem rápida de roteiros.
Veo 3 (DeepMind / Google): gerador de vídeo com áudio nativo e ênfase em físico/realismo; desde 2025 ganhou suporte a formatos verticais e otimizações de custo/tempo pensadas para social media. Bom quando se precisa de vídeos curtos (com som) prontos para Reels/Shorts.
2. Principais diferenças: imagem vs vídeo, velocidade, custo e controle criativo
Formato e objetivo: Nano Banana/Gemini é indicado quando o produto final é uma imagem (ou várias variações de imagem). Sora e Veo 3 são melhores quando o ativo final é vídeo, especialmente com som ou movimento intencional.
Recursos e custos: Vídeo custa mais (processamento, segundos por saída) e demora mais a renderizar; Veo 3 tem variantes “Fast” e reduções de preço pensadas para produção em escala. Ferramentas de imagem tendem a ser mais rápidas e baratas por asset.
Controle e iterações: Gemini 2.5 foca em edição multi-turn, útil para workflows de design iterativo; Sora/Veo permitem controlar movimento, tempo e áudio, com diferentes graus de previsibilidade.
3. Por que as IAs “alucinam” (e o que isso significa para imagens e vídeos)
Embora o termo “alucinação” seja usado sobretudo para texto, fenômenos equivalentes ocorrem em imagens/vídeos: elementos inventados, artefatos, anatomia errada, ou objetos que “aparecem” sem base na referência. Pesquisas recentes explicam que esses erros surgem porque o treino e a avaliação dos modelos frequentemente recompensam respostas plausíveis em vez de sinais de incerteza, consequentemente o modelo “aposta” quando não tem base segura. Isso impacta imagens/vídeo ao introduzir erros visuais que degradam confiança e podem causar problemas de marca. Mitigações práticas incluem checagem humana, validação automática de consistência e uso de modelos/fornecedores que aplicam mecanismos de rastreabilidade (watermarks, metadados).
4. O prompt viral
Em inteligência artificial, especialmente em ferramentas de geração de texto, imagens e vídeos, o termo prompt se refere ao comando ou instrução escrita pelo usuário que orienta o modelo de IA sobre o que deve ser produzido. No caso de geradores de imagens como Gemini (Nano Banana), Sora ou Veo3, o prompt pode conter descrições detalhadas de estilo, cenário, iluminação, cores ou até referências culturais. Quanto mais claro e bem estruturado for o prompt, maior a chance de a IA gerar um resultado próximo ao que o usuário imaginava.Isso explica por que certos prompts acabam viralizando: eles funcionam quase como “receitas prontas” que qualquer pessoa pode reutilizar para obter resultados interessantes ou engraçados. Mas, além da diversão, dominar a escrita de prompts pode ser uma habilidade valiosa para marketing digital, design e criação de conteúdo profissional.
Recentemente o Google em espanhol publicou no X (antigo Twitter) o prompt oficial sugerido para a tendência de “figuras colecionáveis” com o Nano Banana / Gemini. Aqui está a tradução para o português:
"Transforme esta foto em uma figura colecionável na escala 1/7, com estilo realista, sobre uma mesa de escritório. Na imagem aparece o modelo 3D da figura e, ao lado, sua caixa de edição com ilustrações em 2D."
5. Uso prático em marketing: mais que uma trend viral
As redes sociais frequentemente amplificam “brincadeiras” (por exemplo, o prompt viral que transforma selfies em mini-figuras colecionáveis com Nano Banana). Essas trends impulsionam adoção e UGC, mas o potencial comercial vai além:
Criar variantes rápidas de anúncios: gerar múltiplas versões visuais (cores, cenários) para testar CTR e conversão.
Localização visual: adaptar imagens para públicos regionais (cenários, roupas, linguagem visual) sem necessidade de novas sessões fotográficas.
Roteirização e prototipagem de vídeo: Sora/Veo 3 permitem validar ideias de spots curtos antes de investir em produção.
Personalização em escala: criar assets personalizados por segmento (idade, estilo, estação) para aumentar relevância.
Ativação de campanhas virais: transformar trends (ex.: “mini-figures”) em ações comerciais (desafios UGC, concursos, brindes digitais).
Regras e conformidade: EU AI Act e quadro brasileiro (LGPD + projeto de lei)
Implicação prática: use cadeias de consentimento claras quando usar fotos de clientes/colaboradores, armazene metadados e versões para auditoria e opte por fornecedores que forneçam mecanismos de identificação (ex.: SynthID) para facilitar conformidade com normas europeias e futuras regras brasileiras.
Lei Europeia de IA (EU AI Act)
A UE exige transparência em conteúdos gerados por IA: rotular quando o conteúdo foi criado ou manipulado por IA, publicar sumários sobre dados de treino e implementar salvaguardas para reduzir riscos. Artigos e análises parlamentares apontam especificamente para mecanismos de detecção/proveniência (ex.: watermarking e metadados) como práticas esperadas. Para fornecedores como Google e OpenAI, isso significa incorporar ferramentas de identificação e documentação.
Brasil: LGPD e o projeto de lei sobre IA
LGPD (Lei nº 13.709/2018) continua a ser a base para tratamento de dados pessoais no Brasil: consentimento, finalidade, minimização e direito dos titulares são princípios aplicáveis quando fotográficas ou dados pessoais são processados para treinar ou gerar conteúdo. Campanhas que envolvem imagens de pessoas devem observar essas regras.
Marco Legal de IA (Projeto de Lei PL 2.338/2023): o texto passou por instâncias do Congresso e tem por objetivo regular práticas de IA no país (princípios de transparência, responsabilização e medidas para reduzir riscos). A tramitação significa que empresas precisam acompanhar requisitos (por exemplo, obrigações de transparência e avaliações de risco) e preparar compliance. Ainda há incerteza sobre o texto final e cronograma de implementação.
Guia rápido de uso (como começar)
Nano Banana / Gemini (imagens)
Acesse o Gemini (app ou Google AI Studio) com conta Google.
Carregue imagem(s) de referência ou descreva o que quer gerar. Seja concreto no prompt (sujeito, pose, luz, estilo, ângulo).
Use a edição multi-turn: aplique ajuste fino (ex.: trocar fundo, retocar sombra) e verifique sempre os metadados/watermark.
Sora (imagem ou vídeo, da OpenAI)
Veo 3 (vídeo + áudio)
Acesse Veo via Google AI Studio / Gemini (dependendo do plano).
Selecione formato (9:16 para social, 16:9 para YouTube), defina som/diálogo e prompt.
Gere, revise sincronização áudio/visual e prepare para publicação.
Riscos e boas práticas (checklist rápido)
Revisão humana obrigatória antes de publicar; especialmente quando há pessoas, marcas ou reivindicações de produto.
Registre prompts, versões e metadados (origem, data, permissões) para auditoria e conformidade regulatória.
Peça consentimento ao usar fotos de clientes/colaboradores e respeite a LGPD.
Marque conteúdos gerados com avisos e use provedores que aplicam watermarks/SynthID para facilitar identificação.
Conclusão: escolher a ferramenta certa para o seu objetivo
Se o objetivo principal forem imagens estáticas (retouch, catálogo, anúncios), Nano Banana / Gemini 2.5 Flash Image é a opção prática; traz rapidez, edição iterativa e mecanismos de rastreabilidade.
Para vídeos curtos com narrativa, movimento e (quando necessário) áudio integrado, Sora e Veo 3 são ferramentas mais indicadas — escolhe-se entre elas segundo critérios de custo, qualidade e necessidades de integração com fluxos de social media.
Tendências virais (memes, desafios, prompts “divertidos”) ajudam a adoção — mas a adoção empresarial exige processos, compliance e revisão humana para transformar potencial criativo em resultados de negócio sustentáveis.
Quer implementar IA para fortalecer o marketing do seu negócio?
Queremos ajudar a sua empresa a definir uma estratégia prática de uso de IA para marketing: desde escolher a ferramenta certa (imagem vs vídeo), desenhar fluxos com revisão humana, até alinhar processos com os requisitos legais e melhores práticas de transparência.
Entre em contato com a nossa equipe e marcamos uma consultoria rápida para avaliar o seu caso e propor um piloto de campanha (imagem + variações A/B com Nano Banana/Gemini ou vídeo curto com Veo 3 / Sora, ou ferramentas customizadas), incluindo prompts otimizados.




Comentários