n8n e Make: Como escolher a melhor plataforma de automação de fluxos para agentes de IA
- Pedro dos Santos
- 11 de nov.
- 6 min de leitura

Introdução
Vivemos uma era em que conectar aplicações, dados e inteligência artificial (IA) deixou de ser uma tarefa exclusiva para programadores experientes e se tornou parte central das operações de muitas empresas. Plataformas de automação de workflow (como n8n e Make) permitem que times de desenvolvimento, operações e até equipes de marketing criem fluxos automatizados, orquestrem agentes de IA, integrem APIs e reduzam trabalho manual repetitivo.
Neste artigo, exploramos n8n e Make para que você, mesmo que não seja especialista em IA ou automação, consiga entender os benefícios, limitações, e como aplicar essas plataformas no desenvolvimento de agentes de IA, chatbots inteligentes e automações end-to-end. Também ajudamos a decidir qual usar, ou se há valor em combinar ambas.
O que são n8n e Make
O que é n8n

n8n é uma plataforma de automação de workflows visual baseada em nós (no code, ou sem código), criada pela empresa com o mesmo nome, sediada em Berlim.
Alguns dos destaques:
Suporte a self-hosting ou utilização na nuvem (“n8n Cloud”);
Código aberto (licença “Sustainable Use License” a partir de 2022) que permite extensões;
Capacidades de lógica personalizada: você pode usar JavaScript ou Python dentro de seus fluxos, manipular dados, condicionalmente ramificar, etc;
Comunidade ativa, biblioteca de templates de workflows e muitos casos de uso publicados.
O que é Make

Make (anteriormente conhecido como Integromat) é uma plataforma de automação SaaS que permite aos usuários, mesmo com pouco código, montar cenários visuais de integração de apps, APIs e automatizações.
Principais características:
Interface visual orientada a módulos (gatilhos, ações, redirecionamentos), ideal para usuários não-técnicos;
Ambiente 100% gerenciado na nuvem (com alguns recursos empresariais on-premises);
Grande número de integrações “out of the box” e foco em produtividade rápida.
Por que comparar n8n e Make?
Ambas plataformas ajudam a automatizar fluxos: conectar apps, APIs, dados, gatilhos e realizar ações. Contudo, seus enfoques técnicos, modelos de custo, flexibilidade, e adequação para agentes de IA diferem. A escolha (entre “n8n e Make”) pode determinar custos, tempo de implementação e escalabilidade do projeto de IA ou automação que você planeja.
Principais diferenças entre n8n e Make
Facilidade de uso versus flexibilidade
Make tem a vantagem de ser rapidamente acessível: interface gráfica, muitos templates, rápida curva de aprendizado;
n8n exige um pouco mais de conhecimento técnico, em especial quando self-hosted ou quando você aproveita plenamente sua capacidade de código personalizado.
Modelo de custo e escalabilidade
Em n8n, especialmente no self-hosted, você tem mais previsibilidade e controle de custo, pois paga sobretudo pela infra ou pelos “executions” sem depender tanto de número de operações pequenas.
Em Make, o modelo costuma cobrar por “operações” (cada módulo ou ação conta) o que pode encarecer se o fluxo for complexo ou processar muitos dados.
Implantação, dados e controle
n8n permite self-hosting, o que dá mais controle sobre dados, privacidade, conformidade.
Make é gerenciado na nuvem, o que traz praticidade, mas menor controle sobre infraestrutura ou localização de dados (a menos que se opte por plano empresarial com on-premises).
Integrações, comunidade e templates
Make traz muitos módulos prontos para SaaS, grandes bibliotecas e muitos templates para começar rápido.
n8n tem uma comunidade bastante técnica, muitos templates também, e foco em lógica personalizada e capacidade de extensão.
Adequação para agentes de IA e lógica avançada
Se seu objetivo é construir agentes de IA, chatbots ou automações sofisticadas, o “quem vence” depende da profundidade do uso.
n8n tem vantagem se você precisa integrar lógica condicional, ramificações complexas, custom nodes, conectar a LLMs ou a APIs externas de IA, ter controle fino.
Make é excelente se o agente ou automação for mais “padrão”, se você quiser rapidez de lançamento, menos customização de baixo-nível, visual agradável.
Aplicação prática para agentes de IA, chatbots e automações inteligentes
Como usar n8n (ou Make) para um agente de IA
Identifique o fluxo de dados: entrada do usuário → pré-processamento → chamada à LLM/API de IA → pós-processamento → ação/saída.
Configure o trigger: e.g., mensagem em chat, formulário preenchido, webhook externo.
Dentro da plataforma, defina nós/modules para:
extrair dados (API, webhook, base de dados)
transformar ou enriquecer dados (JavaScript em n8n, mapeamento em Make)
chamar o modelo de IA / chatbot (via API de OpenAI, ou outro serviço)
tratar resposta: lógica condicional (ramificações “se … então”)
ação final: envio de e-mail, atualização de CRM, resposta no chat, etc.
Monitore, trate erros, ajuste e automatize recorrência ou escalabilidade.
Exemplos e casos reais
A empresa Kunai usou n8n para automatizar todo o processo de contratação, economizando mais de 300 horas de trabalho de engenharia.
A StepStone construiu mais de 200 workflows críticos com n8n para integração de fontes de dados e IA que atualiza anúncios com informação faltante.
Comparativos apontam que “Make é mais fácil para aplicações mais simples, e n8n mais adequado para operações mais complexas”.
Quando combinar as plataformas?
Em alguns ambientes, pode fazer sentido usar ambas: Use Make para automações rápidas, simples, experimentais; e migre ou utilize n8n para os fluxos que exigem escala, customização, lógica de IA ou performance. Esta abordagem híbrida permite “começar rápido” e “escalar bem”.
Checklist para implantação bem-sucedida
Mapear claramente cada passo do fluxo de automação.
Avaliar equipe: tem desenvolvedores? Ou será operado por equipes de marketing/ops?
Garantir governança de dados e compliance (especialmente se self-hosted).
Testar e acompanhar métricas de execução: tempo economizado, falhas, custo por execução.
Documentar o workflow: especialmente importante quando há lógica condicional ou ramificações complexas.
Escalar: usar versionamento, logs, tratamento de exceções, monitoramento (todas plataformas têm).
Manutenção: automatizações precisam de manutenção (mudança de API, credenciais, novas regras de negócio).
Qual escolher para a sua empresa?
Se sua empresa está no estágio de:
Cenário A: Você está começando, quer algo rápido, pouca complexidade
Equipe com pouca ou nenhuma experiência em automação ou programação.
Desejo de ter “primeiras automações” em semanas.
Use Make como primeiro passo.
Depois, avalie quando fluxos crescerem ou exigirem lógica mais sofisticada.
Cenário B: Você já tem experiência, espera escala e lógica complexa
Equipe técnica ou parceria com desenvolvedores.
Workflows com ramificações, agentes de IA, integração de múltiplas fontes de dados, necessidade de self-hosting/segurança.
Use n8n como base ou migre para n8n para fluxos críticos.
Cenário C: Híbrido (integração futura)
Comece com Make para automações “rápidas” (CRM, e-mail, notificações).
Paralelamente, construa uma base com n8n para automações mais estratégicas e agentes de IA.
Ao longo do tempo, migre workflows simples para n8n conforme necessário, ou mantenha ambos para diferentes tipos de automação.
Fatores decisivos adicionais
Orçamento: se o custo por operação der muito alto no Make, considerar n8n pode ser vantagem de custo.
Dados e conformidade: se você precisa que dados residam em servidores próprios ou sob sua governança, n8n self-host é forte vantagem.
Time/tempo: se precisa entregar algo rapidamente e com “menos dor”, Make oferece vantagem de velocidade.
Complexidade do fluxo: se o fluxo for “se muitos dados + lógica condicional + IA + várias integrações”, n8n será provavelmente mais adequado.
Como aproveitar n8n e Make para agentes de IA
Para a sua empresa aqui vão dicas práticas para aproveitar essas plataformas:
Defina seu agente como um workflow: entrada (usuário, evento), processamento (modelo IA + lógica), saída (ação).
Use n8n para criar pipelines de IA complexos: por exemplo, chamar LLM (OpenAI, Anthropic etc), armazenar contexto, rotear com base em lógica, combinar dados de CRM, base de conhecimento, e então realizar ação.
Use Make para automações que não exigem lógica complexa, como: ao receber lead, enviar e-mail, criar ticket, notificar Slack.
Combine dados: por exemplo, Make dispara e injeta no n8n para lógica mais “pesada”, ou n8n aciona Make para “execução leve”.
Monitore performance: métricas de uso, tempo de execução, falhas, custo das chamadas à IA, custo de execução/operacionais.
Documente e versione os workflows: mesmo que visual, a manutenção exige disciplina (principalmente se agentes de IA mudam).
Pense em escalabilidade: se volume crescer, prefira plataforma que tolere escala sem custos proibitivos; n8n self-host realmente ajuda nesse sentido em muitos casos.
Considere governança de IA: se o agente usar dados sensíveis ou estiver em ambiente regulado, a escolha de plataforma impacta segurança, logs, auditoria. n8n oferece maior flexibilidade nesse aspecto.
Conclusão
Em resumo: se você está avaliando n8n e Make para automação de workflows e agentes de IA, a resposta não é “uma é sempre-melhor”. Tudo depende do seu contexto: equipe, complexidade, orçamento, velocidade de entrega, requisitos de dados.
Se seu foco é agilidade, menor curva, e você prefere soluções visuais, Make será uma excelente porta de entrada. Se seu foco é controle, lógica complexa, agentes de IA robustos, customizações e auto-hospedagem, n8n será a plataforma mais adequada.
O mais importante: comece com clareza de propósito, avalie um primeiro fluxo piloto, meça os resultados, e esteja preparado para escalar, seja migrando para n8n, seja otimizando no Make.
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